Na segunda-feira passada, numa tarde que parecia habitual, uma professora prosseguia com a sua aula na biblioteca da escola. No fundo, tinha levado os seus alunos para a zona multimédia, para que pudessem utilizar os computadores e fazer uma aula interactiva, onde se pudessem divertir um pouco. Tudo corria bem, até chegar alguém à sala, com um aviso que lhe estragaria a tarde e a deixaria em pânico. Ao chegar a casa, pela hora do almoço, a filha desta professora tinha cumprido o seu ritual, almoçar e a seguir fazer as suas coisas. Costumava contar diariamente com a companhia do seu avô materno, mas quando se apercebeu, durante um momento seu, de distracção, o avô tinha saído de casa. Qual o problema? O senhor é doente de Alzheimer e saiu sem saber para onde. Toda a gente ficou em pânico. A professora, que habitualmente transparecia calma nas suas aulas, chorava compulsivamente, a situação era demasiado má para se conseguir conter. O ridículo disto tudo, foi que o senhor tinha levado o telemóvel no bolso e quando a filha lhe telefonou e ouviu a sua voz do outro lado, o alívio foi grande, ainda que se desvanecesse muito rapidamente.
- "Pai, onde está? Para onde foi?
- Não sei filha. Não sei onde estou.
- Mas o pai não consegue saber onde está? Nunca se lembra de ter passado onde se encontra?
- Não filha, fui andando e vim aqui parar, mas não sei onde estou."
Foi mau de mais, o pânico desta professora era evidente, soluçava sem parar. Não consigo imaginar a aflição desta família durante as buscas para encontrar este familiar. Pelo que sei encontraram-no ao final do dia.
Não estive nesta aula, nem assisti à situação, mas conheço a professora e a sua filha e fiquei com muita pena delas. E mesmo que não as conhecesse, lamentaria à mesma. Dá que pensar não dá?
Dá mesmo que pensar apesar de eu não gostar de perspectivar um futuro a tão longo prazo a verdade é que Alzheimer e outras doenças associadas a idosos são bastante frequentes e não podem ser encaradas de ânimo leve :x aii, imagino o aperto desta família ! * beijinho
ResponderEliminarJá tive uma bisavó nessa situação e é sem dúvida algo que nos torna um pouco desnorteados. Eu ponho-me é a imaginar o que será de mim se algum dia assim ficar. Na nossa cabeça estamos bem, criamos o nosso mundo idílico mas, nos momentos de lucidez, vimos que andamos enganados. Não fazemos ideia da aflição concerteza...
ResponderEliminar:S
Pois é Shell, são doenças importantes e que devem ter uma atenção muito particular. Beijinho.
ResponderEliminarPois é Hysteria, também tenho medo de algum dia ficar assim, ainda que não pense muito nisso. Tal como diz a Shell, ainda não perspectivei tão profundamente acerca do meu futuro. Mas tens razão, não devemos mesmo fazer ideia da aflição que se sente.
ResponderEliminarAinda bem que o Senhor tinha o telemóvel com ele, caso contrário a angústia dessa família poderia prolongar-se por dias.
ResponderEliminarbjs
Sim, por um lado foi bom, Deia, mas também não ajudou de muito. Bjs.
ResponderEliminarSó de pensar até fico arrepiada. Que sentimento de impotência que a família sentiu. Ai!
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