O mundo anda ocupado, toda a gente anda ocupada, cansada. Não há tempo para ouvir os outros, para nos abraçarmos, para dizermos o quanto gostamos de alguém. É um comboio alucinante que passa e deixa muito em terra. E o que é que vai ficando em terra? Tenho medo que seja o mais importante. Que os "amo-te", os abraços apertados, os beijos, as conversas calorosas, os bons momentos, a amizade, a companhia junto dos amigos e dos familiares e tantas outras coisas estejam a ficar para trás. Eu que em tempos pensava que a sociedade poderia ter tanta coisa boa, começo a ter dúvidas disso mesmo. É ela que em parte, nos encarcera e põe o tal comboio a andar sem os passageiros mais importantes a bordo. É intolerante, é discriminatória, é cruel. Basta vermos como ela nos limita a liberdade, na nossa vida. Segundo a sociedade, entramos para a escola aos 6 anos, fazemos os 12 anos seguidos de escolaridade obrigatória, sempre com boas notas, de seguida vamos para a universidade, de preferência para um curso que tenha boas saídas profissionais. Depois arranjamos trabalho (é fundamental) e passado uns tempos convém arranjarmos alguém para uma relação estável a longo prazo e a seguir casamos. Já casados, as pessoas começam a perguntar pelos filhos, quando queremos ter, quantos queremos ter e no meio de tanta pressão, lá decidimos ter um filhote. O pessoal acalma, vê o puto a crescer e passado mais uns tempos, toda a gente acha que o puto não pode ser filho único, tem que ter um irmão ou uma irmã. Nós vamos argumentando que é possível que não venhamos a ter mais filhos, mas no meio disto tudo cedemos e lá vem a menina que terá de ter uma Barbie e dois totós na cabeça. E no meio disto tudo, quem se desviar de algum destes passos, desta lista interminável, é automaticamente estereotipado, porque como se diz com toda a pompa e circunstância "foge aos parâmetros normalmente aceites pela sociedade".
E se eu não quiser ser assim? Será que as pessoas que fazem isto tudo tão bem, pensam se são felizes? Sinceramente acho que não, por isso é que as coisas estão como estão.
acho que o problema nao está naquilo que deixamos por fazer (embora se baseie tambem nisso) mas esta naquilo que fazes e és criticado por o fazer, ou simplesmente interpretarem mal o que fazes... e dai pode surgir demasiadas complicaçoes... por isso é que eu digo "faz o que te da na gana se nao magoares ninguem com isso" a vida sao dois dias e quando chegares ao fim tens que dizer que fizeste o que tinha de ser feito :D
ResponderEliminarbjnhos, Francisco
(respondi ao teu comment no meu blog, como de custume :P )
Eu, pessoalmente faço os possíveis para não deixar «os "amo-te", os abraços apertados, os beijos, as conversas calorosas, os bons momentos...» para trás.
ResponderEliminarEm relação ao resto do texto, concordo contigo em muitos aspectos. Acho que uma pessoa não devia ser estereotipada por «nadar contra a corrente», acredito mesmo que as outras pessoas deviam seguir o seu exemplo.
Francisco, temos de ser nós a mudar isto, a nossa geração tem de ter iniciativa de mudar e efectivamente mudar, ou pelo menos iniciar uma mudança. Pronto, é isto que penso :P
Abraço
Oh Suh, tens razão, mas o facto de não fazeres aquilo que a sociedade defende, significa que fazes outra coisa em vez disso. Mas é isso, a crítica surge por isso mesmo, às vezes custa mais, outras vezes custa menos ou nem ligamos. Sabes Suh, penso que realmente nós não sabemos aproveitar verdadeiramente, a curta vida que temos. São muito poucas as pessoas que o sabem fazer. Enfim, este foi só um desabafo que surge dos meus pensamentos. Desde muito novo que sempre pensei nestas questões mais profundas, o que já deves ter reparado pelos temas que eu por vezes falo.
ResponderEliminarBeijinhos.
Olá Neon, fico contente que faças esse esforço, eu vou tentanto fazê-lo, mas vejo que há coisas que ficam para trás, nem que seja pelas outras pessoas de quem gosto não o fazerem.
ResponderEliminarPois, os estereótipos são amarras à nossa liberdade e a maior parte das pessoas não se apercebe disso.
Por fim, concordo plenamente contigo e acho de uma sensatez extrema tu dizeres que devemos efectuar uma mudança, ou pelo menos, iniciá-la. Pois iniciá-la é o mais difícil e o mais importante.
Abraço.
só agora é que vim ver se respondeste ao meu comentario (pessoa mesmo despistada eu sou...)
ResponderEliminarbem tens razao... realmente por vezes seres diferente, pode te trazer demasiadas controversias, podes simplesmente ser ate rejeitado... a sociedade esta completamente vidrada em "estereotipos" que jamais conseguimos ir contra eles, e cada vez tende a piorar...
Realmente duvido que consigamos deste modo, viver a curta vida que temos (como tu proprio o disseste)...
é um desabafo que fizeste muitissimo bem transparece-lo em palavras escritas e publica-lo!
"penso logo existo"
fazes bem em tratar destes temas e demonstrar o teu lado, sozinho podes nao mudar o mundo, mas pelo menos mudas o teu mundo (:
bjnhos*