quinta-feira, 10 de março de 2011

Discurso de Tomada de Posse do Presidente da República

Foi com atenção que ouvi o discurso de Tomada de Posse do Presidente Cavaco Silva e apesar de ter sido muito controverso, considero que foi o melhor discurso político dos últimos anos, de uma excelência e de um conteúdo importantíssimo. É certo que os políticos não agradam a todos, mas para mim, Cavaco Silva é o melhor político português, deve-se-lhe a ele os melhores 10 anos de crescimento económico e prosperidade vividos em Portugal, desde o 25 de Abril, constituíram a idade de ouro da nossa democracia e muitos são os projectos que têm o cunho dos governos de Cavaco Silva:
- Centro Cultural de Belém
- Ponte Vasco da Gama
- Barragem do Alqueva
- Rede de auto-estradas
- Organização da Expo
- Introdução do caminho de ferro na Ponte 25 de Abril
- Entre muitas outras obras.
Focando-nos no discurso do Presidente, este, defendeu aquilo que eu acredito e também defendo: é preciso reduzir o peso do Estado nas empresas e na Economia, deve-se investir em investimentos de proximidade com Pequenas e Médias Empresas, que representam 90% do tecido empresarial em Portugal, e não grandes investimentos, como o TGV e o Aeroporto (ainda que este seja mais proveitoso que o primeiro) que apenas servem grandes empresas eventualmente estrangeiras e que vão recrutar materias estrangeiros e não utilizando suficiente mão de obra nacional. É ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO investirmos no mar, acreditem que a nossa riqueza está no mar. Já pelos Descobrimentos os portugueses perceberam isso, há que nos fazermos ao mar, a nossa zona marítima, pertencente a Portugal, equivale ao espaço de toda a União Europeia, quarenta vezes superior ao território terrestre do nosso país. Por último, é necessário olhar para as pessoas como pessoas e não como dados estatísticos, não se podem exigir sacrifícios a qualquer custo e como o Presidente disse, e bem, é necessário tratar bem os jovens, ajudá-los a fixarem-se no nosso País e a aproximarem-se da Política, mas para isso é necessário romper com tudo aquilo que tem sido feito até agora.
Deixo algumas das melhores passagens do Discurso, e reflictam um pouco sobre elas. A última delas, também a negrito, é sem dúvida, brilhante:


"É crucial aprofundar o potencial competitivo de sectores como a floresta, o mar, a cultura e o lazer, as indústrias criativas, o turismo e a agricultura, onde detemos vantagens naturais diferenciadoras. A redução do défice alimentar é um objectivo que se impõe levar muito a sério, tal como a remoção dos entraves burocráticos ao acesso da iniciativa privada à exploração económica do mar."

"Necessitamos de recentrar a nossa agenda de prioridades, colocando de novo as pessoas no fulcro das preocupações colectivas. Muitos dos nossos agentes políticos não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático. Precisamos de uma política humana, orientada para as pessoas concretas, para famílias inteiras que enfrentam privações absolutamente inadmissíveis num país europeu do século XXI. Precisamos de um combate firme às desigualdades e à pobreza que corroem a nossa unidade como povo. Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos."

"A pessoa humana tem de estar no centro da acção política. Os Portugueses não são uma estatística abstracta. Os Portugueses são pessoas que querem trabalhar, que aspiram a uma vida melhor para si e para os seus filhos. Numa República social e inclusiva, há que dar voz aos que não têm voz."

"O exercício de funções públicas deve ser prestigiado pelos melhores, o que exige que as nomeações para os cargos dirigentes da Administração sejam pautadas exclusivamente por critérios de mérito e não pela filiação partidária dos nomeados ou pelas suas simpatias políticas."

"O exemplo que temos de dar às gerações mais novas é o exemplo de uma cultura onde o mérito, a competência, o trabalho e a ética de serviço público sejam valorizados. Entre as novas gerações, Portugal dispõe de recursos humanos altamente qualificados. Se nada fizermos, os nossos melhores jovens irão fixar-se no estrangeiro, processo que, aliás, já começa a tornar-se visível."

"O afastamento dos jovens em relação à actividade política não significa desinteresse pelos destinos do País; o que acontece, isso sim, é que muitos jovens não se revêem na actual forma de fazer política nem confiam que, a manter-se o actual estado de coisas, Portugal seja um espaço capaz de realizar as suas legítimas ambições. Precisamos de gestos fortes que permitam recuperar a confiança dos jovens nos governantes e nas instituições."

"Logo a seguir à revolução do 25 de Abril, a sociedade civil deu uma prova excepcional da sua vitalidade na forma como acolheu, sem convulsões, quase um milhão de Portugueses que regressaram de África, em condições extremamente difíceis. Graças ao apoio das famílias e de diversas instituições, a sua integração no País processou-se sem sobressaltos de maior, apoiada naquela que é uma das melhores qualidades do nosso povo: a capacidade que revela para, nas horas difíceis, dar provas de um espírito de solidariedade e de entreajuda que é absolutamente extraordinário. Esse espírito é nosso, é único, é o espírito de Portugal.

Todos os dias, encontramos esse espírito solidário nas diversas campanhas de apoio aos mais desfavorecidos. Os jovens participam nessas campanhas como voluntários, aos milhares. Sem nada pedirem em troca, sem pensarem em cargos ou proveitos para si próprios. Aos jovens, que nos dão tantas lições de vida, quero deixar aqui, neste dia, o testemunho da minha admiração mais profunda."


"Temos jovens talentosos que ombreiam com os melhores do mundo, em inovação empresarial, em qualidade académica e científica, em criatividade artística e cultural. Há uma nova geração que ganha sucessivos prémios nas mais diversas áreas da investigação, que assume papéis de liderança nos mais variados projectos, que participa com grande entusiasmo e admirável generosidade em acções de voluntariado social ou nas campanhas de defesa do ambiente.

Os nossos jovens movem-se hoje à escala planetária com uma facilidade que nos surpreende. Cidadãos do mundo, familiarizados com as novas tecnologias e a sociedade em rede, dispõem de um capital de conhecimento e de uma vontade de inovação que são admiráveis. Muitos dos académicos, investigadores, profissionais de sucesso e jovens empresários que trabalham no estrangeiro aspiram a regressar ao seu país, desde que possuam condições para aqui fazerem florescer as suas capacidades. Temos de aproveitar o enorme potencial desta nova geração e é nela que deposito a esperança de um Portugal melhor."


"Foi especialmente a pensar nos jovens que decidi recandidatar-me à Presidência da República. A eles dediquei a vitória que os Portugueses me deram. Agora, no momento em que tomo posse como Presidente da República, faço um vibrante apelo aos jovens de Portugal: ajudem o vosso País!

Façam ouvir a vossa voz. Este é o vosso tempo. Mostrem a todos que é possível viver num País mais justo e mais desenvolvido, com uma cultura cívica e política mais sadia, mais limpa, mais digna. Mostrem às outras gerações que não se acomodam nem se resignam.

Sonhem mais alto, acreditem na esperança de um tempo melhor. Acreditem em Portugal, porque esta é a vossa terra. É aqui que temos de construir um País à altura das nossas ambições. Estou certo de que, todos juntos, iremos vencer.

Obrigado."

2 comentários:

  1. Para mim o nosso Presidente é um Grande Senhor. Também ouvi o discurso dele em directo e confesso que o final me tocou bastante.
    bj

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  2. Oh Deia, fico contente por partilhares comigo essa opinião! Sem dúvida, o final tocou-me bastante!

    Beijos.

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